Navegando pela Internet, nesta segunda-feira, deparo-me com
notícias referentes ao projeto de lei que criminaliza a prática do Candomblé na Cidade de Salvador, Bahia.
Disfarçado de “defesa dos animais”, o racismo brasileiro
adquire mais uma face e, pensando bem, ele nunca mostrou sua
verdadeira face pois possui muitas e possui em si, a marca de Caim.
Com bem pouco esforço, conseguimos identificar esse racismo que é
estrutural, e também, religioso.
Resiliente que é, meu povo está atento e enfrenta com bravura
mais esse atentado contra a liberdade religiosa na incipiente
democracia brasileira.
Diante disso, gostaria de lembrar uma história que aprendi desde
criança :
Moisés e a abertura do Mar Vermelho |
Certa vez, um deus novo se apresentou a um homem. Esse deus fez com que um arbusto queimasse, mas não virasse cinza e o incumbiu de dizer ao rei que libertasse o povo que estava escravizado para que este povo oferecesse sacrifício de animais no deserto. O homem foi ao rei e disse
tudo o que o deus havia mandado, mas o rei não autorizou a ida do
povo para sacrificar animais e ainda por cima intensificou a opressão
contra o povo.
O deus ficou irado e enviou
uma série de castigos sobre o rei e seu povo porque eles se opuseram
à saída do povo para sacrificar os animais pra deus. Esses castigos
foram 10, inclusive a morte de seus filhos. O povo, sob a liderança
deste homem se organizou e cumpriu a ordem que era de ir ao deserto
para sacrificar!
Marchando fixamente em
direção ao objetivo, o povo perseguido e escravizado saiu em
direção ao deserto, mas se deparou com um mar à frente. A ordem do
deus foi clara: Marchem! O mar, que até então, parecia
intransponível, se abriu e o que era dificuldade, a partir da
organização e foco do povo, tornou-se em testemunho da grandeza de
sua fé!
Certamente muitos já reconheceram a história e estão já me
criticando por relacionar as duas realidades.
Quero dizer aqui que a posição do oprimido em relação ao
opressor deve ser de organização, denúncia, unidade no objetivo e
fé!
Essa é uma mensagem a um povo que foi e é, até hoje oprimido
pelo racismo religioso. Esse povo também é meu! Não pretendo aqui
cristianizar a discussão, mas apresentar um modo e um incentivo para
que meu Povo de Santo não se curve diante daqueles que só querem
nos matar. E porque chamo 'meu povo'? Porque a opressão nos une!
Porque a ancestralidade nos une, porque a fé e a resiliência deve
ser nossa bandeira!
Penso que o texto poderia ser melhor elaborado, mais coeso, mas a
emoção não deixa a coesão passar!
Minhas mãos nas vossas, meu povo! Digam ao povo que marche!
Dc. Jeferson Rodrigues
Servo daquele que serve!
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