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Silas "Tetzel" Malafaia

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Estava com a intenção de escrever um artigo diferente para esse blog, mas ficará para o mês que vem, afinal, não vou me furtar de pensar, com você, caro leitor, sobre alguns pontos que são necessários dizer! Esse vídeo aí em cima mostra um suposto pastor evangélico pedindo o DINHEIRO DO ALUGUEL de seus fiéis como oferta em prol de Deus abrir às portas da casa própria! São imagens fortes, estarrecedoras. Nos Evangelhos nunca vimos Jesus pedir o dinheiro de alguém, nem coisa alguma de ninguém. Quando na multiplicação dos pães e peixes, ele o fez para todos que estavam presentes e com fome. Jesus nunca viu com oportunismo a necessidade do mais pobre como meio de se autofinanciar ou se promover. Jesus não desfilou com limusine em Jerusalém, alugada por 7 mil denários/ dia, nem comprou um avião para anunciar o Evangelho. Gente, ele ia a pé! Ele não adquiriu cavalos, nem carroças, não morou em mansões, e nunca USOU O DINHEIRO DOS QUE NELE DEPOSITARAM A FÉ PARA SEU PRÓPRIO DELEITE. J...

PENTECOSTES (πεντηκοστή)

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O dia cinquenta : “hu hu papai chegou!” Ao ler Os Evangelhos a Luz da Psicanálise, de Françoise Dolto com alguns amigos em minha casa, tenho percebido a importância dos arquétipos da família para uma hermenêutica possível do Evangelho. Hermenêutica inclusiva por excelência; primeiro porque a própria idéia de família implica em seu sentido mais amplo, no de inclusão, apesar das tentativas fundamentalistas milenares na direção contrária. E segundo porque o Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de nosso país julgou procedente a demanda da comunidade LGBT pela emancipação jurídica na constituição de entidade familiar. Papai, mamãe e filhinhos assumem a partir da minha leitura desta bela obra a perspectiva que um dos maiores gênios da psicanálise, Jacques Lacan elaborou para a questão dos papéis familiares, catapultando seus arquétipos para longe da escravidão dos papéis de gênero e da atividade reprodutiva. Lacan ressalta a paternidade, maternidade e filiação enquanto funçã...

QUANDO OS NÚMEROS NÃO CONTAM

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Experimentei várias sensações interessantes na Caminhada de Protestos deste domingo último (29.05.2011) entre as orlas de Ipanema e Copacabana, protagonizadas pela Comunidade Betel/ICM do Rio de Janeiro e pelo Grupo Diversidade Católica, que juntos tomaram uma iniciativa sem precedentes para o ativismo LGBT em nossa cidade: pela primeira vez se viu um ato político e religioso de identidade LGBT. Quem foi e viu, se emocionou e não saiu do mesmo jeito que chegou. Uma das coisas mais interessantes que pude presenciar nesse ato foi o seu início. Quando lá cheguei com meu companheiro levei um choque pelo número reduzido de pessoas. Não que isso me surpreendesse. É muito difícil reunir o povo LGBT em torno de uma causa reivindicatória, sem o aparato carnavalesco de carros de som alucinados com música tecno. Modelo questionável e esgotado ao meu ver, mas isso é uma outra discussão que poderá ser abordada em outro ensaio. Ao ver o número minúsculo de pessoas (que depois para o meu al...