Poesia publicada em primeira-mão no Sai na Urina, "Eu, ateu" é uma reflexão sobre a busca do homem pelo divino. Trata-se de um questionamento - logicamente muito baseado na minha experiência pessoal - acerca da relação de troca e de barganha forjada entre a humanidade e o seu deus. A letra minúscula é intensional e, ao mesmo tempo, traduz a crítica que todo o poema faz a essa projeção que o homem ousou chamar de Senhor. Sem grandes pretensões, é, enfim, um protesto em forma de verso e urina contra o que nós fizemos dEle. Eu, ateu 2009 O que espero deste que oferece Se buscando ajuda, desespero? Se buscando um amigo, austero? Se buscando por calma, o berro? Desse que, asteuro, oferece desespero e berro Diz pra mim, o que espero? Qual o meu erro Se não é esse deus que quero? O que pensar deste que forma Se buscando completude, vazio? Se buscando graça, castigo? Se buscando a mim, inimigo? Desse que forma vazio, castigo e inimigo Diz pra mim, o que pensar? Qual meu erro Se não é...