Deixa o meu povo ir... (Êxodo cap. 4 em diante...)






Navegando pela Internet, nesta segunda-feira, deparo-me com notícias referentes ao projeto de lei que criminaliza a prática do Candomblé na Cidade de Salvador, Bahia.
Disfarçado de “defesa dos animais”, o racismo brasileiro adquire mais uma face e, pensando bem, ele nunca mostrou sua verdadeira face pois possui muitas e possui em si, a marca de Caim. Com bem pouco esforço, conseguimos identificar esse racismo que é estrutural, e também, religioso.
Resiliente que é, meu povo está atento e enfrenta com bravura mais esse atentado contra a liberdade religiosa na incipiente democracia brasileira.
Diante disso, gostaria de lembrar uma história que aprendi desde criança :




Moisés e a abertura do Mar Vermelho
Certa vez, um deus novo se apresentou a um homem. Esse deus fez com que um arbusto queimasse, mas não virasse cinza e o incumbiu de dizer ao rei que libertasse o povo que estava escravizado para que este povo oferecesse sacrifício de animais no deserto. O homem foi ao rei e disse tudo o que o deus havia mandado, mas o rei não autorizou a ida do povo para sacrificar animais e ainda por cima intensificou a opressão contra o povo.
O deus ficou irado e enviou uma série de castigos sobre o rei e seu povo porque eles se opuseram à saída do povo para sacrificar os animais pra deus. Esses castigos foram 10, inclusive a morte de seus filhos. O povo, sob a liderança deste homem se organizou e cumpriu a ordem que era de ir ao deserto para sacrificar!
Marchando fixamente em direção ao objetivo, o povo perseguido e escravizado saiu em direção ao deserto, mas se deparou com um mar à frente. A ordem do deus foi clara: Marchem! O mar, que até então, parecia intransponível, se abriu e o que era dificuldade, a partir da organização e foco do povo, tornou-se em testemunho da grandeza de sua fé!




Certamente muitos já reconheceram a história e estão já me criticando por relacionar as duas realidades.
Quero dizer aqui que a posição do oprimido em relação ao opressor deve ser de organização, denúncia, unidade no objetivo e fé!
Essa é uma mensagem a um povo que foi e é, até hoje oprimido pelo racismo religioso. Esse povo também é meu! Não pretendo aqui cristianizar a discussão, mas apresentar um modo e um incentivo para que meu Povo de Santo não se curve diante daqueles que só querem nos matar. E porque chamo 'meu povo'? Porque a opressão nos une! Porque a ancestralidade nos une, porque a fé e a resiliência deve ser nossa bandeira!




Penso que o texto poderia ser melhor elaborado, mais coeso, mas a emoção não deixa a coesão passar!




Minhas mãos nas vossas, meu povo! Digam ao povo que marche!

Dc. Jeferson Rodrigues
Servo daquele que serve!

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